quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Arte de Viver - (Osho)

"O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida. Isso é morte gradual, do berço ao túmulo, uma morte gradual com a duração de setenta anos. E porque milhões de pessoas ao redor de você estão morrendo essa morte lenta e gradual, você também começa a imitá-los. As crianças aprendem tudo daqueles que estão em volta delas e nós estamos rodeados pelos mortos. Então temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.

Desenvolver-se significa mover-se a cada momento mais profundamente no princípio da vida; significa afastar-se da morte - não ir na direção da morte. Quanto mais profundo você vai para dentro da vida, mais entende a imortalidade dentro de você. Você está se afastando da morte: chega a um momento em que você pode ver que a morte não é nada, apenas um trocar de roupas ou trocar de casas, trocar de formas - nada morre, nada pode morrer. A morte é a maior ilusão que existe.

Como desenvolver-se? Simplesmente observe uma árvore. Enquanto a árvore cresce, suas raízes crescem para baixo, tornam-se mais profundas. Existe um equilíbrio; quanto mais alto a árvore vai, mais fundo as raízes vão. Na vida, desenvolver-se significa crescer profundamente para dentro de si mesmo - que é onde suas raízes estão.

Para mim o primeiro princípio da vida é meditação. Tudo o mais vem em segundo lugar. E a infância é o melhor momento. À medida que você envelhece, significa que você está chegando mais perto da morte, e se torna mais e mais difícil entrar em meditação. Meditação significa entrar na sua imortalidade, entrar na sua eternidade, entrar na sua divindade. E a criança é a pessoa mais qualificada porque ela ainda está sem a carga da educação, sem a carga de todo o tipo de lixo. Ela é inocente. Mas infelizmente a sua inocência está sendo considerada como ignorância. Ignorância e inocência tem uma similaridade, mas elas não são a mesma coisa. Ignorância também é um estado de não conhecimento, tanto quanto a inocência é. Mas também existe uma grande diferença que passou despercebida por toda a humanidade até agora. A inocência não é instruída - mas também não é desejosa de ser instruída. Ela é totalmente contente, preenchida...

O primeiro passo na arte de viver será criar uma linha de demarcação entre ignorância e inocência. Inocência tem que ser apoiada, protegida - porque a criança trouxe com ela o maior tesouro, o tesouro que os sábios encontram depois de esforços árduos. Os sábios têm dito que se tornaram crianças novamente, que eles renasceram...

Sempre que você perceber que perdeu a oportunidade da vida, o primeiro princípio a ser trazido de volta é a inocência. Abandone o seu conhecimento, esqueça as suas escrituras, esqueça as suas religiões, suas teologias, suas filosofias. Nasça novamente, torne-se inocente - e a possibilidade está em suas mãos. Limpe a sua mente de todo conhecimento que não foi descoberto por você mesmo, de todo conhecimento que foi tomado emprestado dos outros, tudo o que veio pela tradição, convenção, tudo o que lhe foi dado pelos outros - pais, professores, universidades. Simplesmente desfaça-se disso. Novamente seja simples, mais uma vez seja uma criança. E esse milagre é possível pela meditação.

Meditação é apenas um método cirúrgico não convencional que corta tudo aquilo que não é seu e só preserva aquilo que é o seu autêntico ser. Ela queima tudo o mais e o deixa nu, sozinho embaixo do sol, no vento. É como se você fosse o primeiro homem que tivesse descido na Terra - que nada sabe e que tem que descobrir tudo, que tem que ser um buscador, que tem que ir em peregrinação.

O segundo princípio é a peregrinação. A vida deve ser uma busca - não um desejo, mas uma pesquisa: não uma ambição para tornar-se isso, para tornar-se aquilo, um presidente de um país, ou um primeiro-ministro, mas uma pesquisa para encontrar 'Quem sou eu?'. É muito estranho que as pessoas que não sabem quem elas são, estão tentando se tornar alguém. Elas nem mesmo sabem quem elas são neste momento! Elas não conhecem os seus seres - mas elas têm um objetivo de vir a ser. Vir a ser é a doença da alma. O ser é você e descobrir o seu ser é o começo da vida. Então cada momento é uma nova descoberta, cada momento traz uma alegria. Um novo mistério abre as suas portas, um novo amor começa a crescer em você, uma nova compaixão que você nunca sentiu antes, uma nova sensibilidade a respeito da beleza, a respeito da bondade.

Você se torna tão sensível que até a menor folha de grama passa a ter uma importância imensa para você. Sua sensibilidade torna claro para você que essa pequena folha de grama é tão importante para a existência quanto a maior estrela; sem esse folha de grama, a existência seria menos do que é. E essa pequena folha de grama é única, ela é insubstituível, ela tem a sua própria individualidade.

E essa sensibilidade criará novas amizades para você - amizades com árvores, com pássaros, com animais, com montanhas, com rios, com oceanos, com as estrelas. A vida se torna mais rica enquanto o amor cresce, enquanto a amizade cresce...

Quando você se torna mais sensível, a vida se torna maior. Ela não é um pequeno poço, ela se torna oceânica. Ela não está confinada a você, sua esposa e seus filhos - ela não é confinada de jeito algum. Toda essa existência se torna a sua família e a não ser que toda essa existência seja a sua família, você não conheceu o que é a vida. - porque homem algum é uma ilha, nós estamos todos conectados. Nós somos um vasto continente, unidos de mil maneiras. E se o nosso coração não está cheio de amor pelo todo, na mesma proporção a nossa vida é diminuída.

A meditação lhe traz sensibilidade, uma grande sensação de pertencer ao mundo. Este é o nosso mundo - as estrelas são nossas e nós não somos estrangeiros aqui. Nós pertencemos intrinsecamente à existência. Nós somos parte dela, nós somos o coração dela.

Em segundo lugar, a meditação irá lhe trazer um grande silêncio - porque todo o lixo do conhecimento foi embora, pensamentos que são partes do conhecimento foram embora também... Um imenso silêncio e você é surpreendido - esse silêncio é a única música que existe. Toda música é um esforço para manifestar esse silêncio de algum modo.

Os videntes do antigo oriente foram muito enfáticos a respeito da questão de que todas as grandes artes - música, poesia, dança, pintura, escultura - são todas nascidas da meditação. Elas são um esforço para, de algum modo, trazer o incompreensível para o mundo do conhecimento, para aqueles que não estão prontos para a peregrinação - presentes para aqueles que ainda não estão prontos para partirem na peregrinação. Talvez uma canção possa despertar um desejo de ir em busca da fonte, talvez uma estátua.

Na próxima vez que em você entrar em um templo de Gautama Buda ou de Mahavira, sente-se silenciosamente e olhe a estátua... porque a estátua foi feita de tal forma, em tal proporção que se você olhá-la, você cairá em silêncio. É uma estátua de meditação; não é a respeito de Gautama Buda ou de Mahavira...

Naquele estado oceânico, o corpo toma uma certa postura. Você próprio já observou isso, mas não estava alerta. Quando você está com raiva, você observou? seu corpo tomou uma certa postura. Na raiva você não pode manter as suas mãos abertas: na raiva, a mão se fecha. Na raiva você não pode sorrir - ou você pode? Com uma certa emoção, o corpo tem que seguir uma certa postura. Pequenas coisas estão profundamente relacionadas no interior...

Uma certa ciência secreta foi usada por séculos, de modo que as gerações futuras pudessem entrar em contato com as experiências das gerações mais velhas - não através de livros, não através de palavras, mas através de algo que vai mais profundo - através do silêncio, através da meditação, através da paz. À medida que seu silêncio cresce, sua amizade cresce, seu amor cresce; sua vida se torna uma dança, momento a momento, uma alegria, uma celebração.

Você já pensou sobre o porquê, em todo o mundo, em toda cultura, em toda sociedade, existem uns poucos dias no ano para a celebração? Esses poucos dias para a celebração são apenas uma compensação - porque essas sociedades tiraram toda a celebração de sua vida e se nada é dado para você em compensação, sua vida pode tornar-se um perigo para a cultura. Toda cultura criou alguma compensação e assim você não se sentirá completamente perdido na miséria, na tristeza... Mas essas compensações são falsas. Mas no seu mundo interior pode existir uma continuidade de luz, canções, alegria.

Sempre lembre-se que a sociedade o compensa quando ela sente que a repressão pode explodir em uma situação perigosa se não for compensada. A sociedade encontra algum jeito de lhe permitir soltar a repressão. Mas isso não é a verdadeira celebração, e não pode ser verdadeira. A verdadeira celebração deveria vir de sua vida, na sua vida.

E a celebração não pode estar de acordo com o calendário, que no primeiro dia de novembro você irá celebrar. Estranho, o ano todo você é miserável e no primeiro dia de novembro, de repente, você sai da miséria, dançando. Ou a miséria era falsa ou o primeiro de novembro é falso.; ambos não podem ser verdadeiros. E uma vez que o primeiro de novembro se vai, você está de volta em seu buraco negro, todo mundo em sua miséria, todo mundo em sua ansiedade.

A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes por todo o ano. Somente então você pode se desenvolver, você pode florir. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua.

Inclusive se você adoece e você está deitado na cama, você fará daqueles momentos de repouso, momentos de beleza e alegria, momentos de relaxamento e descanso, momentos de meditação, momentos para ouvir música ou poesia. Não há necessidade de ficar triste porque você está doente. Você deveria estar feliz porque todo mundo está no escritório e você está na cama como um rei, relaxando - alguém está preparando chá para você, o samovar está cantando uma canção, um amigo se oferece para vir e tocar flauta para você. Essas coisas são mais importantes do que qualquer remédio. Quando você está doente, chame um médico. Mas, mais importante, chame aqueles que o amam porque não existe remédio mais importante que o amor. Chame aqueles que podem criar beleza, música, poesia à sua volta, porque não existe nada que cure como uma atmosfera de celebração.

O medicamento é o mais baixo tipo de tratamento. Mas parece que nós esquecemos tudo, assim nós temos que depender dos medicamentos e ficar rabugentos e tristes - como se você estivesse perdendo uma grande alegria que havia quando você estava no escritório! No escritório você era miserável - simplesmente um dia de folga, mas você também se agarra à miséria, você não a deixa ir.

Faça todas as coisas criativas, faça o melhor a partir do pior - isso é o que eu chamo de arte. E se um homem viveu toda a vida fazendo a todo momento uma beleza, um amor, um desfrute, naturalmente a sua morte será o supremo pico no empenho de toda a sua vida.

Os últimos toques... sua morte não será feia como ordinariamente acontece todo dia com todo mundo. Se a morte é feia, isso significa que toda a sua vida foi um desperdício. A morte deveria ser uma aceitação pacífica, uma entrada amorosa no desconhecido, um alegre despedir-se dos velhos amigos, do velho mundo...

Comece com a meditação e muitas coisas crescerão em você - silêncio, serenidade, êxtase, sensibilidade. E o que quer que venha com a meditação, tente trazer para a sua vida. Compartilhe isso, porque tudo o que é compartilhado cresce mais rápido. E quando você atingir o momento da morte, você saberá que não existe morte. Você pode dizer adeus, não existe nenhuma necessidade de lágrima de tristeza - talvez lágrimas de felicidade, mas não de tristeza."

domingo, 26 de setembro de 2010

Achou! - (Ceumar)



Achou! (Ceumar)
Composição: Dante Ozzetti / Luiz Tatit

"Investir
É cultivar o amor
Se despir
É ativar

Resistir
É aturar o amor
Insistir
É saturar

Aderir
É estar com seu amor
Adorar
É superstar

Aplaudir
Até sentindo dor
É amar

Quem puder
Viver um grande amor
Verá

Consentir
É educar o amor
Seduzir
É cutucar

Amarei!
É conjugar o amor
Não amei!
É enxugar

Avançar
É conquistar o amor
Amansar
É como está

Como estou
Com muito amor pra dar
Eu dou!

Quem estiver
Atrás de um grande amor
Achou!"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tara Gandhi e o legado de Mahatma - (Texto: Renato Mendes, de Lisboa / Revista Bons Fluidos, edição de Setembro 2010)

A neta de Mahatma Gandhi fala da sabedoria do mestre pacifista, seu caminho em busca da verdade e sua ação sobre o mundo. Com ela, temos muito o que aprender.

Foi em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, que Tara Gandhi Bhattacharjee, neta do pacifista Mahatma Gandhi (1869-1948), falou sobre a filosofia de seu avô para uma plateia de 1 500 pessoas. A conferência, com o título “Gandhi, a Índia e o mundo”, abriu o ciclo de Grandes Conferências, que acontecerá durante todo o ano nas instalações da Fundação, na capital portuguesa. Com ar jovial, essa senhora de 75 anos, de atitude calorosa, lembrou o legado que o pacifista deixou para a humanidade e os princípios que difundiu sobre a vida em sociedade. Ela mostrou que os ensinamentos dele são permeados por referências humanistas e visão crítica, muitas vezes com sentido político. Em encontros assim, Tara realiza a sua missão como principal representante do avô, divulgando a sabedoria do maior líder espiritual indiano.

A importância de Gandhi para a história da Índia e de seu povo é estudada e difundida por duas instituições mantidas pelo governo indiano. Tara Gandhi é vice-presidente de ambas. O centro Gandhi Smriti e Darshan Samiti (GSDS) promove estudos e pesquisas ligados aos princípios que guiaram o mestre pacifista, defensor do satyagraha, palavra que, em sânscrito, significa ‘caminho da verdade’. Esse local recebe milhões de pessoas, durante todo o ano, que chegam em peregrinação de várias partes da Índia e do mundo para rezar e adquirir conhecimentos sobre a vida do líder indiano. Ele considerava a não-violência uma lei da natureza, tal qual a lei da gravidade. Mahatma, que significa ‘a grande alma’, acreditava que as sociedades construídas com base nas leis da não-violência seriam diferentes das que temos hoje.

Tara avisa que não se pode falar de Gandhi sem se referir à sua esposa, Kasturba, com quem se casou quando tinha 14 anos. Ela foi sua companheira incondicional nas lutas políticas e sociais, e em sua busca espiritual. Quando a esposa morreu, em 1944, os dois estavam juntos na prisão. O Memorial Nacional Kasturba Gandhi foi criado para homenageá- la e hoje conta com 500 centros espalhados por áreas rurais da Índia para dar ajuda social, financeira e espiritual a crianças e mulheres pobres. Em entrevista para BONS FLUIDOS, Tara Gandhi falou sobre o processo de aquisição de consciência e a necessidade da autotransformação, em oposição ao desejo de mudar o outro.


BF Quais eram as principais convicções de Gandhi e quais foram os resultados das suas ações?
TG Sua própria vida foi uma experiência com a verdade. Mas, como a verdade é um assunto abstrato, ele transformou- a em não-violência, e elegeu essa postura como filosofia de vida. Gandhi meditava muito sobre o que era certo e errado, e, em 1893, viajou à África do Sul para combater o apartheid. Durante 21 anos, trabalhou como advogado no país e percebeu que lutava contra uma tradição de exploração entre seres humanos semelhantes. Essa experiência sedimentou seus conceitos sobre a verdade e os objetivos que o orientaram por toda a vida. Um dos resultados de suas ações foi o fim do domínio inglês sobre a Índia, o que influenciou muitos outros países e líderes. Mas o efeito de sua passagem pelo mundo vai além. Foi ele quem anunciou a importância de temas abstratos, como a não-violência e a verdade, hoje celebrados mundo afora, nas mais altas esferas da política. Foi ele, ainda, quem derrubou as barreiras das religiões e das divisões geográficas. Vivia como um líder espiritual, mas era um homem de ação, partilhando sua rotina com agricultores nos campos da Índia.

BF Gandhi alterou o curso da história da Índia pela filosofia da não-violência. Como isso foi possível?
TG Ele não apenas difundiu a filosofia da não-violência, ele viveu a não violência. Gandhi uniu a Índia e conseguiu a sua emancipação política. Mas ele não alterou o curso do país – agiu trabalhando junto às pessoas. Praticar a não-violência é parte de sua experiência com a verdade. A lágrima é um desafio. Pela primeira vez na história da humanidade esse é um desafio coletivo e individual, porque a lágrima representa emoção e, quando uma pessoa se emociona, abre o seu coração. A doutrina de Gandhi serve para todos os países do mundo, não só para a Índia.
BF Quais são os principais ensinamentos deixados por seu avô às pessoas?

TG Ele dizia: “Enquanto esperamos que os outros mudem, não nos aperfeiçoamos”. Cada um de nós deve iniciar um processo de mudança dentro de si e buscar o aprimoramento, pois temos cada qual uma verdade, diferente da verdade de Gandhi. “Não pergunte a mim, pergunte à sua consciência”, afirmava ele. Esse desafio está posto para cada um de nós, como se voltássemos ao marco zero para começar de lá a busca da verdade. Seu exemplo ajuda a responder a questões do dia a dia: como manter o ambiente limpo? Como nos relacionar com a pessoa ao lado? Como ajudar quem precisa? Nesse sentido, a prática do khadi (processo artesanal de fazer roupas) foi valorizada por Gandhi como caminho espiritual. Diante das diferenças sociais, ele dizia que há o suficiente no mundo para suprir as necessidades de todos, mas não o suficiente para a ganância.

BF Por que o khadi é tão importante para a Índia?
TG Foi durante o processo de independência, em suas viagens pela Índia, que Gandhi descobriu como o khadi é essencial para o povo indiano. Segundo o mestre, o país precisa ter o seu próprio tecido, porque a roupa para os indianos tem uma importância superada apenas pelo valor do alimento – fazer as próprias roupas se assemelha ao ato de preparar o próprio pão em casa. Existe a tradição ao redor do mundo que limita à mulher a responsabilidade de tecer, mas Gandhi convidou os homens a aprender essa arte. Assim, o khadi tornou-se um poderoso instrumento de cooperação entre as pessoas, além de inspirar a meditação e valorizar as tradições. Gandhi defendia a manutenção dos hábitos ancestrais, e nesse caso enaltecia também o papel econômico da atividade, responsável pelo sustento de milhões de indianos. Eu sempre usei roupas feitas com o método do khadi, porque era a única vestimenta permitida em nossa comunidade. Eu trabalho com o khadi todos os dias, para entender o que os outros estão fazendo por mim.

BF Pensamentos negativos estão relacionados à poluição do ambiente?
TG A mente é a parte simbólica do ser e tem alcance profundo. Eu relaciono a mente com o espaço ou com o desconhecido. Ela nos permite viajar e pensar em ritmo veloz, mas essa velocidade pode poluir a atmosfera. Pensamentos negativos, como a violência, têm início na mente e depois se materializam sob a forma de medo, ganância, genocídio, arrependimento. Os princípios do amor e da verdade também habitam nossa mente e representam bases mais fortes para se viver com criatividade, permitindo que o mundo progrida. Quando rezamos, estamos viajando para além do horizonte, pois a mente não tem limites. A partir da abstração mental surge algo concreto, como o contato entre as mentes e os corações. É isso que chamo de mente e ambiente. Quando você encontra pessoas felizes, é porque alguma coisa no ambiente é compartilhada por todos.

BF Como a sabedoria de Gandhi contribui para aumentar a consciência dos cidadãos no sentido de criarem sociedades igualitárias?
TG A sabedoria de Gandhi se apoia na simplicidade. Ele entendeu que a força da maternidade é a maior das forças e carrega o poder da criação, comum a todas as formas de vida, seja vegetal, humana ou animal. Homem e mulher têm esse poder, como extensão de seu amor. Uma gota desse amor dada a outro ser humano neutraliza a violência. A compaixão pela pessoa que está ao lado pode ser um caminho na luta por sociedades igualitárias. Mas não se trata de corrigir o outro. A vida molda os grandes desafios, tão aventurosos como os de uma criança ao aprender a andar ou falar.

 
Fonte: http://bonsfluidos.abril.com.br/livre/edicoes/0138/tara-gandhi.shtml

domingo, 19 de setembro de 2010

Torne-se mais poético - (Osho)

" Um poeta vem a conhecer certas coisas que são reveladas somente em um relacionamento poético com a realidade.

No que se refere à esperteza mundana, o poeta é um tolo. Ele nunca se desenvolverá no mundo da riqueza e do poder. Mas, em sua pobreza, ele conhece um tipo diferente de riqueza na vida que ninguém mais conhece.

O amor é possível a um poeta, Deus é possível a um poeta. Somente aquele que é inocente o bastante para desfrutar pequenas coisas da vida pode entender que Deus existe, porque Deus existe nas pequenas coisas da vida: ele existe no alimento que você ingere, na caminhada que você faz pela manhã, no amor que você tem por seu amado ou por sua amada, na amizade que você tem com alguém.

.... Torne-se mais e mais poético. É necessário ter coragem para ser poético; você precisa ser corajoso o bastante para ser chamado de tolo pelo mundo, mas somente então poderá ser poético.

E para ser poético, não quero dizer que você precisa escrever poesia. Escrever poesia é apenas uma parte pequena e não essencial de ser poético. Uma pessoa pode ser poeta e jamais escrever uma única linha de poesia, e uma outra pode escrever milhares de poemas e ainda não ser um poeta.

Ser poeta é um estilo de vida. É amor pela vida, é reverência pela vida, é um relacionamento sincero com a vida." - Osho, Believing in the Impossible before Breakfast.

sábado, 18 de setembro de 2010

Solidão e Felicidade - (Osho)

"O homem nasce sozinho e morre sozinho, mas, entre esses dois pontos, ele vive em sociedade, ele vive com os outros.


Solidão é sua realidade básica; a sociedade é simplesmente acidental. E a menos que o homem possa viver sozinho, possa conhecer sua solidão em sua total profundidade, ele não pode se familiarizar consigo mesmo. Tudo o que acontece em sociedade é apenas externo: não é você, é apenas suas relações com os outros. Você permanece desconhecido. Pelo lado de fora, você não pode ser revelado.

Mas nós vivemos com os outros. Por causa disso, o autoconhecimento fica completamente esquecido. Você sabe alguma coisa de você, mas indiretamente – é algo dito a você pelos outros. É estranho, absurdo, que os outros devam lhe dizer sobre você. Seja qual for a identidade que você carregue, ela é dada a você pelos outros; ela não é real, é uma rotulação. Um nome é dado a você. Esse nome é dado como um rótulo, porque será difícil para a sociedade se relacionar com uma pessoa sem nome. Não somente o nome é dado, a própria imagem que você pensa ser é dada pela sociedade: que você é bom, que você é ruim, que você é belo, que você é inteligente, que você é moral, um santo, ou seja o que for. A imagem, a forma, também é dada pela sociedade, e você não sabe o que você é. Nem seu nome revela nada, nem a forma que a sociedade lhe deu. Você permanece desconhecido para si mesmo.

Esta é a ansiedade básica. Você existe, mas você é um desconhecido para si mesmo. Esta falta de conhecimento da pessoa sobre ela mesma é a ignorância, e esta ignorância não pode ser destruída por nenhum conhecimento que os outros possam lhe dar. Eles podem lhe dizer que você não é este nome, que você não é esta forma, que você é uma “alma eterna”, mas isso também está sendo dado pelos outros, isso também não é próximo. A menos que você chegue até si mesmo diretamente, você permanecerá na ignorância.

E a ignorância cria ansiedade. Você não tem somente medo dos outros, você tem medo de si mesmo – porque você não sabe quem você é e o que está escondido dentro de você. O que será possível, o que irromperá de você no momento seguinte, você não sabe. Você permanece apreensivo e a vida se torna uma ansiedade. Há muitos problemas que criam ansiedade, mas esses problemas são secundários. Se você penetrar profundamente, então, cada problema no final revelará que a ansiedade básica, a angústia básica, é que você é ignorante de si mesmo – da fonte de onde você vem, do fim para o qual você está se movendo, do ser que você é exatamente agora. Daí, toda religião dizer para se entrar em solitude, na solidão, de modo que você possa por um tempo deixar a sociedade e tudo o que a sociedade lhe deu, e se encarar diretamente.

Mahavir viveu, por doze anos, sozinho na floresta. Ele ficou sem falar durante aquele tempo, porque no momento em que você fala, você entra na sociedade. A língua é a sociedade. Ele permaneceu completamente silencioso, ele não falava. A ponte básica foi cortada, de modo que ele ficasse sozinho.

Quando você não fala, você está sozinho, profundamente sozinho. Não há como se mover até os outros. Durante doze longos anos ele viveu sozinho, sem falar. O que ele estava fazendo? Ele estava tentando descobrir quem ele era. É melhor tirar fora todos os rótulos, é melhor ir para longe dos outros, de modo que não haja nenhuma necessidade da imagem social. Ele estava jogando fora todo o lixo que a sociedade lhe dera; ele estava tentando ficar totalmente nu, sem nenhum nome, sem nenhuma forma. Eis o que significa a nudez de Mahavir. Não se tratava apenas de jogar as roupas fora. Era algo mais profundo. Era a nudez de ficar totalmente só. Você também usa roupas em função da sociedade: elas são para esconder seu corpo, ou elas são para cobri-los aos olhos dos outros, porque a sociedade não aprova seu corpo todo. Assim, seja o que for que a sociedade não aprove, você tem de esconder. Somente algumas partes do corpo são permitidas ficarem descobertas. A sociedade escolhe você em partes. Sua totalidade não é aprovada, nem aceita.

O mesmo está acontecendo com a mente – não somente com o corpo. Seu rosto é aprovado, suas mãos são aprovadas, mas seu corpo todo não é aprovado, principalmente as partes do corpo que possam insinuar alguma coisa de sexo. Elas são desaprovadas, não aceitas. Desse modo, a importância das roupas. E isto está acontecendo com a mente também: sua mente toda não é aceita, somente algumas partes dela. Assim, você tem de esconder a mente e reprimi-la. Você não pode abrir sua mente. Você não pode abrir sua mente diante do seu mais íntimo amigo, porque ele julgará. Ele dirá: “É isso o que você pensa!? É isso que se passa na sua mente!?”. Então, você tem de lhe dar somente aquilo que pode ser aceito – uma parte muito diminuta – e tudo o mais que existe em você, tem de ser escondido completamente. A parte escondida cria muitas doenças. Toda a psicanálise de Freud consiste em trazer para fora a parte escondida. Levam anos antes de a pessoa ser curada. Mas o psicanalista não está fazendo nada, ele está simplesmente trazendo para fora a parte reprimida. Simplesmente trazê-la para fora se torna uma força curativa.

O que isso significa? Significa que a supressão é a enfermidade. É uma carga, uma carga pesada. Você gostaria de confessar a alguém; você gostaria de dizer, expressar; você queria que alguém aceitasse você totalmente. É isso o que significa amor – você não será rejeitado. O que quer que você seja – bom, mau, santo, pecador – alguém aceitará sua totalidade, não rejeitará nenhuma parte sua. Eis por que o amor é a maior força curativa, ele é a mais antiga psicanálise. Sempre que você ama uma pessoa, você está aberto a ela, e só por estar aberto, suas partes cortadas, divididas são religadas – você se torna um.

Mas, até o amor se tornou impossível. Nem à sua esposa você pode dizer a verdade. Nem com seu amante você pode ser totalmente autêntico, porque mesmo os olhos dele ou dela estão julgando. Ele ou ela também quer uma imagem a ser seguida, um ideal – sua realidade não é importante, o ideal é importante. Você sabe que se você expressar sua totalidade, você será rejeitado, você não será amado. Você tem medo, e por causa desse medo o amor se torna impossível. A psicanálise traz a parte escondida para fora, mas o psicanalista não está fazendo nada, ele está ali sentado simplesmente ouvindo-o. Ninguém nunca o ouviu, parece. Eis por que você agora precisa da ajuda de um profissional. Ninguém está pronto para ouvi-lo. Ninguém tem tempo.

Ninguém tem muito interesse em você. Assim surgiu a ajuda profissional. Você está pagando alguém para ouvi-lo. E então entra ano, sai ano, ele o ouvirá todos os dias, ou duas vezes por semana, ou três vezes por semana, e você será curado. Isto é milagroso! Por que você deveria ser curado só por ser ouvido? É porque alguém lhe presta atenção sem nenhum julgamento e você pode dizer qualquer coisa que esteja dentro de você. E só por falar, aquilo vêm à superfície e se torna uma parte do consciente. Quando você corta algo, proíbe algo, reprime algo, você está criando uma divisão entre o consciente e o inconsciente, o aceito e o rejeitado. Essa divisão tem de ser jogada fora.

Mahavir buscou a solidão, de modo que ele pudesse ser como ele era, sem medo de ninguém. Como ele não tinha que mostrar uma face para alguém, ele pôde jogar fora todas as máscaras, todas as faces. Então, ele pôde ficar sozinho, totalmente nu, como se fica sob as estrelas, ao lado do rio e na floresta. Não havia ninguém para julgá-lo e ninguém diria: “Você não tem permissão de fazer isto. Você tem que se comportar. Você tem que ser deste modo assim e assim.”. Deixar a sociedade significa deixar a situação onde a repressão se tornou inevitável. Assim, nudismo significa ficar como a pessoa é, sem barreiras, sem qualquer retenção. Mahavir entrou no silêncio, na solitude, e disse: “A menos que eu me descubra – não o eu que outros me deram, pois esse é falso, mas o Eu com o qual nasci -, eu não voltarei para a sociedade. A menos que eu saiba quem eu sou, eu não voltarei para a sociedade. A menos que eu encare diretamente a minha realidade, a menos que eu tenha encontrado o essencial no homem, não o acidental, eu não falarei, porque é inútil falar.”.

Vocês são acidentais. Seja o que for que você pense que você é, é a parte acidental. Por exemplo: você nasce na Índia. Você poderia ter nascido na Inglaterra ou na França ou no Japão. Isso é a parte acidental. Mas só por ter nascido na Índia, você tem uma identidade diferente. Você é um hindu. Você se pensa um hindu – mas você poderia ter se pensado um budista no Japão, ou um cristão na Inglaterra, ou um comunista na Rússia. Você não fez nada para ser um hindu, é apenas um acidente. Onde quer que você esteja, você teria se juntado à situação. Você se pensa religioso, mas sua religião é puramente acidental. Se você tivesse nascido num país comunista, você não teria sido religioso, você teria sido tão irreligioso lá, quanto você é religioso aqui. Você nasceu numa família jainista; então, você não acredita em Deus, sem você ter descoberto que não há nenhum Deus. Mas bem ao lado de sua casa, uma outra criança nasceu no mesmo dia, e ela é hindu. Ele acredita em Deus e você não. Isso é acidental, não é essencial. Depende das circunstâncias. Você fala híndi, um outro fala Gujaráti, outro fala Francês – estes são acidentes. A língua é acidental. O silencio é essencial. Sua alma é essencial; seu Eu é acidental. E descobrir o essencial é a busca, a única busca.

Como descobrir o essencial? Buda saiu em silêncio durante seis anos. Jesus também foi para o ermo. Seus seguidores, os apóstolos, queriam ir com ele. Eles o seguiram e a certo momento, num certo ponto, ele disse: “Parem. Vocês não devem vir comigo. Agora, eu devo ficar sozinho com meu Deus.”. Ele entrou no deserto. Quando ele saiu de volta, ele era um homem totalmente diferente: ele tinha se defrontado consigo mesmo.

A solidão torna-se o espelho. A sociedade é o engano. Eis por que você tem medo de ficar sozinho – porque você terá de se conhecer na sua nudez, na sua ausência de ornatos. Você tem medo. Ficar sozinho é difícil. Sempre que você está sozinho, você imediatamente começa a fazer alguma coisa, de modo a não ficar sozinho. Você pode começar a ler o jornal, ou talvez você ligue a TV, ou você pode ir a um clube para se encontrar com alguns amigos, ou talvez visitar alguém da família – mas você tem de fazer algo. Por quê? Porque no momento em que você está sozinho sua identidade se derrete, e tudo que você sabe sobre si mesmo fica falso e tudo o que é real começa a vir à tona.
Todas as religiões dizem que o homem tem de entrar em retiro para conhecer a si mesmo. A pessoa não precisa ficar lá para sempre, isso é inútil; mas a pessoa tem de ficar em solitude por um tempo, por um período. E a extensão do período dependerá de cada indivíduo. Maomé ficou em solitude durante alguns meses; Jesus por somente alguns dias; Mahavir durante doze anos e Buda durante seis anos. Depende. Mas a menos que você chegue ao ponto onde você possa dizer “agora conheci o essencial”, é imperativo ficar sozinho."


Autor: Osho, The Book of The Secrets, V.2, # 69
Fonte: Osho Sukul








sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Vida Não é Senão um Sonho e Vós Sois os Arquitecto - (Dana Mrkich)

“E se vós dormísseis? E se, no vosso sonho, fossem para o céu e lá colhessem uma estranha e linda flor? E, se, quando despertásseis, tivésseis a flor na vossa mão? Ah, e então?” – Samuel Taylor Coleridge

Vi o filme “A Origem” na semana passada. Adorei, porque me lembrou, de modo fantástico, as linhas cada vez mais esbatidas da nossa realidade actual e da realidade do sonho. No filme, Leonard Di Caprio interpreta o papel de um “arquitecto sonhador”, cujo trabalho consiste em “inserir” uma ideia no subconsciente de uma pessoa com o objectivo de a influenciar a fazer algo na sua vida de vigília que, de outro modo, não faria. O “arquitecto-sonhador” pode inserir – ou roubar – ideias, criando ou inserindo um espaço de sonho compartilhado. O “sonho” parece tão real que todas as pessoas que trabalham no serviço carregam com eles um totem que lhes dirá se eles estão na realidade do sonho ou na sua realidade habitual. Por exemplo, Di Caprio tem um pião que gira sem cair se ele estiver no mundo dos sonhos.

Enquanto via o filme, eu pensava em algo que os meus guias me dizem o tempo todo “a realidade é o que pensas que é”. No seu nível mais elementar, isto significa que a vossa percepção determina se vós pensais que uma experiência é grande, ou dura, ou transformadora ou abundante ou escassa. Todos nós temos leis mentais e energias emocionais que influenciam a nossa percepção e, é por esse motivo, que duas pessoas nunca estão verdadeiramente a viver na mesma realidade, ainda que estejam a partilhar uma experiência. Num nível mais fisicamente tangível, isto significa exactamente o que diz: a realidade é o que vós pensais que é. A vossa vida hoje é exactamente um instantâneo do que, a um determinado ponto, haveis pensado, sentido e acreditado. A vossa saúde, a vossa conta bancária, casa, relações e trabalho são representações físicas directas que vos mostram realmente, de modo claro, o foco e o sabor dos vossos pensamentos dominantes, sentimentos e crenças. O que é animador, agora, é que todos nós estamos a despertar para a compreensão de que vamos criando à medida que vamos andando! Estamos a criar de maneira consciente em oposição à criação subconsciente.

O que significa isto? Significa que o nosso estado de saúde ou a nossa conta bancária de hoje não têm nada a ver com a forma como as coisas vão estar amanhã – a não ser que o queiramos. Elas são, simplesmente, o resultado daquilo em que vos estivestes predominantemente a focar nas vossas cadeiras de “arquitectos de sonhos”, durante dias, meses e anos até agora. Vós estais vivendo o vosso próprio filme pessoal. Estais a viver e a criar o vosso próprio sonho pessoal. A única razão pela qual nós repetimos as cenas é porque ninguém nos ensinou que não temos que o fazer. Ninguém nos ensinou que somos os argumentistas do nosso próprio filme, que somos os arquitectos do nosso próprio sonho e que podemos projectar a realidade da maneira que nós queremos.

Fomos ensinados que a nossa realidade energética vibratória é o nosso mundo do sonho e que a nossa realidade física é o nosso mundo real, quando o oposto parece ser a verdade. A nossa realidade energética vibratória é mais o nosso mundo real, pois é onde está o nosso verdadeiro poder de criar mentiras. É onde as nossas ferramentas de pensamento, crença e sentimento estão. É aí que estão os nossos problemas de sabotagem e os velhos padrões. Se queremos mudar alguma coisa na nossa vida, temos que entrar nos nossos campos de energia vibratória porque é onde tudo tem origem! A energia é o composto de modelagem(1) do universo. Podeis moldá-la e puxá-la e usá-la da maneira que gostais. Ela aparecerá na vossa vida exactamente da maneira que haveis pensado que ela o fará. A nossa realidade física é simplesmente o resultado do nosso jogo energético.

O nosso eu superior existe predominantemente nos campos de energia vibratória mais altos, assim, para alguém que lê o pensamento, não podemos substituir a maior necessidade da nossa alma para experimentar alguma coisa que não escolheríamos necessariamente, de modo consciente, com o propósito de crescimento, ou não devíamos tentar manifestar alguma coisa que não esteja em sintonia com o nosso autêntico desejo; eu não estou a sugerir que, em conexão com o nosso “arquitecto sonhador”, nos voltemos para as aberrações do controlo do ego. Não recomendo colocar o nosso ego no comando da nossa arquitectura do sonho. Idealmente, nós queremos entrar no nosso papel de “arquitecto sonhador” em alinhamento com o nosso autêntico eu superior. Relembro que o papel de “arquitecto sonhador” é um dom para ser usado com sabedoria. É um indício positivo e animador que milhões de pessoas ao redor do mundo estejam a recordar-se deste dom, porque é um sinal, eu acredito que estamos a entrar, colectivamente, no nível de maturidade exigido para que o usemos de modo consciente e responsável.

Muitas pessoas estão, neste momento, a despertar da ilusão de que o nosso mundo físico é o mundo mais “real” ou o único mundo, e a esfregarem os seus olhos do sono para verem que existe um outro, um mundo maior disponível para eles. Isto, na verdade, pode parecer bastante confuso, chocante e até perturbador ao início. Faz-me lembrar a personagem do Jim Carrey, no programa O Truman, que descobre toda a sua vida inteira tinha sido um grande espectáculo da realidade e, depois de anos a pensar que a vida tinha que ser de uma maneira, descobre que a vida funciona num outro jogo todo com novas regras.

Mesmo aqueles de nós que se sentiram bastante despertos durante muito tempo podem achar difícil deixar ir o aperto da mente sobre a velha realidade, pela insistência do ego de que “Algumas coisas têm que ser justamente difíceis” ou “É preciso dinheiro para viver e eu não posso ganhar dinheiro a fazer o que eu amo”. Como disse Henry Ford, “O que quer que penseis que podeis, ou que penseis que não podeis, estareis sempre certos.”. Vigiai os vossos pensamentos agora mais do que nunca. Alguma vez pensais: “é apenas da maneira que tem que ser” ou existe alguma coisa que penseis que é impossível de alcançar? Tendes um sonho ou um objectivo que continuais a reprimir porque não conseguis imaginar como é que ele pode acontecer? Que tal começardes a imaginá-lo a acontecer? E se decidísseis brincar com esta ideia de serdes o vosso próprio “arquitecto sonhador”? Como seria o vosso sonho? O que sonhais ser? Se pudésseis criar a vossa visão do sonho, o vosso mundo, sem limites, como seria ele?

“Não adianta tentar, disse Alice; não se pode acreditar em coisas impossíveis.”

“Eu ouso dizer-te que não tens muita prática, disse a Rainha. Quando eu tinha a tua idade, fazia-o sempre meia hora por dia. Porque, às vezes, eu acreditava em tantas como seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.” (Lewis Carroll)

O nosso maior obstáculo é a falta de crença da nossa mente na realidade e na validade do mundo do “sonho” e a falta de crença do nosso ego em qualquer coisa que não possa ver, ouvir, tocar, provar ou cheirar com os seus cinco sentidos. O “mundo do sonho” existe numa vibração mais elevada e, por isso, é óbvio que a mente não pode compreender de maneira lógica nem o ego o pode perceber! É como se alguém com acesso apenas a 5 estações de televisão públicas recusasse rigidamente aceitar que há, literalmente, centenas de outros programas disponíveis para as muitas pessoas ligadas em satélite!

Por vezes, não é a nossa recusa em acreditar que nos impede de nos abrirmos plenamente para a realidade do nosso sonho, é a falta de um quadro de referência – simplesmente nós nunca tivemos esta experiência antes. Tenho visitado muitos clientes ultimamente que deram o salto quântico de casamentos infelizes para o encontro com as suas almas-gémeas, de passarem de empregos infelizes para, de repente, se encontrarem dispensados e livres para finalmente fazerem o que sempre quiseram fazer. Outros recebem convites inesperados para viagens ou doações financeiras. É como se alguém derrubasse os véus e gritasse alegremente “Bem-vindos à Terra dos Conto de Fadas onde todos os sonhos se tornam verdade”! Vinde, vinde, há muito para ver e ainda mais para fazer!”. O que faz a maioria de nós quando isto acontece? Nervosamente, saímos pela cortina, atrevendo-nos apenas a dar uma pequena olhada nesta misteriosa até-agora Terra de Contos de Fadas. Quero dizer, encontrar almas-gémeas e fazer o que amais na vida só acontece nos contos de fadas, e os contos de fadas não são reais, são? Bem, adivinhai? Estão destinados a tornarem-se reais.

A nossa vida de contos de fadas esteve sempre destinada a ser a nossa vida real. Muitos de nós estamos a despertar para esta vida neste momento mas, lutámos por tanto tempo no velho sonho que acabámos por acreditar que ele era a nossa realidade e estamos a achar difícil deixá-lo ir. Ainda por cima, os outros tentam convencer-vos de que estais a sonhar por acreditardes na Terra dos Contos de Fadas, e pedem-vos que acordeis, que entreis na realidade e que volteis para o mundo real, que é na verdade o velho mundo do sonho do qual viestes aqui para acordar!!!

Estou apaixonada para usar o nosso despertar não apenas para as nossas vidas pessoais, mas para ver o nosso despertar pessoal como uma parte integrante de um grande quadro: o despertar de uma nova e mais poderosa Terra e humanidade. Assim, não quero insensivelmente insinuar que no nosso novo mundo não há problemas e que tudo é perfeito e, que de alguma maneira, não teremos mais pessoas a viver na pobreza ou pobres saudáveis, ou que não temos responsabilidades com aqueles que ainda vivem nessa realidade. (Embora esteja bastante segura que, com o tempo, o nosso futuro parecerá cada vez mais equilibrado e maravilhoso para cada vez mais pessoas). De preferência, o nosso mundo recentemente construído é um lugar e um espaço a partir do qual podemos usar a nossa consciência mais conscientemente! Podemos usá-la para lidarmos com os nossos problemas, sejam eles pessoais ou internacionais, de um modo mais harmonioso. Podemos usá-la para ajudar os nossos irmãos e irmãs de uma maneira mais prática, mais útil. Podemos usá-la para interagir com a Terra de uma maneira mais atenciosa. De novo, existe uma grande diferença entre um ser um arquitecto sonhador do vosso ego ou um arquitecto sonhador do vosso autêntico eu superior.

Então, entrai no vosso Eu Arquitecto Sonhador e começai a construir. Os vossos instrumentos são os pensamentos, crenças e sentimentos. O vosso cabo de alimentação é a vossa conexão com a Energia da Fonte, que muito habilidosamente vos fornece um GPS seguro que aparece como a vossa intuição e sincronismo. Os vossos instrumentos cabo de alimentação e GPS conduzir-vos-ão de modo natural para as acções e oportunidades que vos ajudarão a materializar a vossa visão do sonho no plano físico. Edificai com a atitude de que nada é impossível e que tudo é possível. Acontece nos vossos sonhos a toda a hora “Estava sentado num cavalo e ele transformou-se num carro e subitamente eu estava em Paris”. Deste modo, se isso pode acontecer nos vossos sonhos, pode acontecer na vossa vida física, porque, em algum nível de consciência, isso aconteceu!!

Quando a nossa mente e ego pensam que estamos apenas a brincar ou a imaginar ou a sonhar, as defesas baixam. Assim, deixai o vosso jornal e fazei uma brincadeira com isto: “Se a vida fosse um sonho…………...........”. Incluí informação sobre cada área da vossa vida, e alargai-a mesmo ao modo como vedes o vosso grande mundo ideal. Principalmente, incluí as coisas que vos fazem felizes, porque a ferramenta do “sentir-se feliz” é uma das mais poderosas do kit de construção. Diverti-vos!!


1 - Play-Doh é um composto de modelagem usado por crianças para arte e projectos artesanais em casa e na escola. Composto de farinha, água, sal, ácido bórico e óleo de silicone, o produto foi fabricado em Cincinnati , Ohio , E.U.A. como o papel de parede mais limpo em 1930.



--------------------------------------------------



Dana Mrkich 2010. É concedida autorização para partilhar este artigo livremente na condição de ser creditado o nome do autor, e o URL URL www.danamrkich.com seja incluído.
Tradução: Ana Belo – anatbelo@hotmail.com
Fonte: Luz de Gaia

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Felicidade, Conhecimento, Liberdade - (Swami Dayananda Saraswati)

"A consciência não pode se tornar um objeto para a observação de outro sujeito. Saber disso é moksha. Porém, cabe perguntar aqui por que seria necessário o conhecimento para se ter moksha? Mesmo se Atma for auto-evidente, é necessário conhecê-lo. Os animais não questionam quem é o karta ou o bhokta, o agente das ações ou aquele que as desfruta, mas tampouco se conhecem como satchitananda, realidade, consciência e plenitude. Tanto o ser humano como o animal são ignorantes, mas somente para o humano é possível sair da ignorância nesta vida. Todos os objetos derivam a sua existência de mais alguma coisa: a camisa depende, para existir, do tecido. O tecido depende do fio. O fio depende da fibra. A fibra, da molécula, etc. Noutras palavras, nada existe separado do Todo, nada existe separado de Brahman.

Plenitude ou alegria?
Nesse sentido, nós conhecemos a plenitude, conhecemos a felicidade? Sabemos o que estamos buscando? Você já experienciou a felicidade, já se sentiu completo, com a sensação de que nada estava faltando? Se você segue o dharma, elimina os conflitos, fica tranquilo e a plenitude se revela. Como sensação, como experiência, a felicidade pode durar mais ou menos. Porém, sendo uma sensação, pensamento ou sentimento, essa felicidade será, forçosamente, limitada: começa num determinado momento, e noutro momento acaba. Quanta felicidade um humano pode ter? Uma passagem da Taittriya Upanishad, Brahmanandavalli, 8, diz:

“Imagine um homem de bem, jovem, forte, saudável e que possui toda a riqueza do mundo. Tome isso como uma unidade de felicidade humana. Agora, multiplique isso cem vezes. O resultado será a felicidade dos manushyagandharvas e daqueles que compreenderam os Vedas e destruíram o samskara. Multiplique isso mais cem vezes e você terá a felicidade dos sábios e daqueles que estudaram os Vedas e destruíram o samskara. Multiplique isso cem vezes e terá a felicidade dos karmadevas, aqueles que alcançaram a libertação pelo domínio do karma”.

Esta citação da Taittriya ilustra até que ponto um humano pode conquistar a felicidade através das ações, seguindo o dharma, e como isso é limitado, em comparação à plenitude advinda de moksha. Assim, a felicidade, como sentimento, pode aumentar ou diminuir, mas tem um limite. Sendo parte das dualidades, sua contraparte é a ausência de felicidade, chame-se tristeza, infelicidade ou o que for. Quando a felicidade termina, começa seu oposto, que também tem certa duração no tempo e depois, por sua vez, dará lugar a mais um momento de felicidade.

Plenitude não é felicidade, não é alegria, não é uma sensação ou uma emoção que se manifesta num momento e no momento seguinte desaparece. Segundo a Taittriya, esse sentimento é algo insignificante, comparado com a plenitude. Mas, é necessário lembrarmos que essa plenitude não é uma emoção, não pertence às dualidades, não começa nem termina, mas é aquilo que nós somos. Nesse sentido, ananda não depende de riqueza, saúde, prazer, conforto ou segurança.

Esse é o motivo pelo qual preferimos traduzir ananda como “plenitude”, e não como felicidade, para não confundir este ananda que você é com uma emoção que acontece na sua mente ou no seu corpo num momento dado, e depois desaparece. É por isso que insistimos na compreensão de que moksha não é uma experiência, anubhava, mas uma maneira de ver a vida, e ver a si mesmo nela. Os anubhavas são sempre limitados. Ananda é ananta, ilimitado: não começa nem termina. Essa é a natureza de Atma. É isso o que precisa ser compreendido. Assim, as experiências, por dhármicas ou prazerosas que sejam, não podem nos trazer plenitude.


Necessidade do autoconhecimento
Mas por que precisamos do conhecimento, se Atma é auto-evidente? Qual é a necessidade desse conhecimento? Digamos que eu já seja feliz e esteja satisfeito com a minha vida, pois tenho o hábito de tomar LSD e isso me deixa tranquilo e feliz, como descreve Alan Watts no seu livro Joyous Cosmos. O problema é que esta felicidade que as experiências como a do LSD podem me dar, sempre, cedo ou tarde, forçosamente acabam. Mesmo as experiências de felicidade mais profundas uma hora terminam, e depois, naturalmente, segue o contrário delas.

Ishvara é o Todo e, a maneira de se viver em plenitude, é através do meio de conhecimento adequado para conhecer Ishvara. Esse pramana, esse meio de conhecimento é Brahmavidya. Como já vimos, esse meio de conhecimento é diferente dos outros como a percepção, o testemunho ou a inferência. Mesmo com toda a sofisticação dos silogismos complexos e demais cálculos que os seres humanos somos capazes de fazer, que nos permitem inferir a existência dos buracos negros e desvendar a estrutura do elétron, esses meios de conhecimento não são capazes de revelar Atma.


O papel dos meios de conhecimento
As limitações do corpomente são evidentes. Não conseguimos olhar para as nossas costas, nem mesmo para o nosso rosto. Com todas estas limitações em termos físicos ou de meios de conhecimento, como podemos fazer para nos conhecer? Precisamos do meio de conhecimento adequado. Esse pramana para o autoconhecimento não é como os pramanas que a ciência usa. Até mesmo se estabelecermos uma causa para a existência do Universo usando a lógica, ela, o raciocínio e a inferência, dentro deste pramana peculiar que é o autoconhecimento, estão em função de moksha, que é o único objetivo, e trabalham conjuntamente com e em função do ensinamento dos ®astras.

A lógica, a razão e a inferência são usadas para descartar tudo o que for crença, condicionamento ou simples tolice, que são coisas que, muitas vezes, vêm junto com as religiões, o Yoga ou a espiritualidade de modo geral. É necessário descartar, usando essas ferramentas auxiliares, tudo o que não for conducente a moksha. Essa é a função que o raciocínio tem no Vedanta. Mas, o pramana mesmo não é a razão. O pramana é o Veda. O objetivo é moksha. E moksha, é agora. É necessário, então, dar uma oportunidade ao pramana para ver se funciona mesmo. A visão do Vedanta me diz que eu sou ilimitado. Tudo o que é negado por essa visão, simplesmente desaparece na presença dele. Atma é ilimitado. Eu sou Atma.


O ser é auto-evidente
Aceitar que o Ser é auto-evidente, auto-efulgente, pode implicar um eventual erro, que pode ser corrigido: esse erro é tentar observar o Ser como se fosse um objeto. Qualquer conclusão que você possa tirar sobre si mesmo não pode ser negada. Eu me dirijo a você, o que implica a minha aceitação da sua pessoa. Sua presença aqui não pode ser negada por ninguém. Eu não posso, tampouco, negar a minha própria presença aqui. Então, a negação do Ser não é possível, mesmo na hipótese de eu ser ignorante sobre mim mesmo.

“Eu achei que existia algo abençoado, que eu precisava experienciar”. Esta postura é uma das muitas formas do samsara: achar que é necessário encontrar determinadas experiências que irão, finalmente, nos tirar da aflição. Em verdade, tudo o que você experiencia, tudo mesmo, é o Ser. Todas as experiências são experiências do Ser. O samsara é como uma montanha russa: todos nós estamos andando nela, alguns morrendo de medo, alguns rindo, outros chorando de nervosismo.

Se a ignorância deve ser removida, deve haver um meio de conhecimento, um conhecedor e um conhecido. Quem é esse conhecido? Quem é esse conhecedor? Conhecedor e conhecido são svaprakasha Atma, o Atma auto-efulgente. Ele não pode ser objetificado. Através das palavras, recebemos conhecimento indireto.


O papel da palavra e o testemunho
Há um lugar chamado Gangnani não muito longe de Uttarkashi, onde tem duas fontes: uma de água quente e outra de água fria. As pessoas vão lá para se banhar. Eu posso descrever este lugar em todos seus detalhes, mas isso não significa que você, depois de me ouvir, irá saber tudo sobre esse lugar. Seu conhecimento sobre Gangnani será indireto. Se você considera que eu sou uma fonte confiável, de boa fé, você aceita minhas palavras como são e pode até falar sobre este lugar para mais pessoas.

A experiência de primeira mão é diferente do conhecimento indireto. Através do meu testemunho, você cria na sua imaginação esse lugar a partir da minha descrição. Cada um de nós poderá construir o lugar de uma maneira diferente, tendo como base exatamente as mesmas palavras. Ora, acontece que as Upanishads são feitas de palavras, certo? Ouvir essas palavras, até mesmo quando expostas e esclarecidas por um professor, é ainda esse tipo de conhecimento indireto, como no caso da descrição de Gangnani.

O hemisfério cerebral esquerdo é intelectual, puramente racional. O direito é emocional, criativo. Você não é nem o hemisfério direito, nem o esquerdo, nem o que tem no meio. Você é tudo. As palavras, repito, dão lugar a conhecimento indireto. Tem gente que pensa que o Vedanta é uma teoria. Elas querem algum sadhana, algum tipo de “prática”.

Se eu falar de Gangnani, que fica no Himalaya, esse lugar, em termos geográficos, é distante de você, que está aqui escutando. Gangnani também é distante em termos de tempo, pois leva tempo chegar lá, seja de ônibus, carro, a pé ou usando o meio de transporte que for. Porém, quando falamos de Atma, Atma não é “algo”, não é um objeto, que esteja distante, nem em termos de tempo, nem em termos de espaço, daquilo que você é agora.


A natureza de Atma
Você é Atma. Atma é você. Você não precisa de fé para aceitar isso, pois você existe, e sabe que existe. Se eu dissesse “eu sou”, todos nós deveríamos compreender. “Eu sou”, já deveria ser suficiente para compreendermos isto, já que o Ser é auto-evidente.

Atma é auto-efulgente, não precisa de nenhuma outra fonte de luz para iluminá-lo. Atma revela a si mesmo. Não vem ou volta. Não é sujeito a mudanças de nenhum tipo. Permanece o mesmo, o mesmo “eu sou”, em todas as circunstâncias, sob todos os papéis representados. Este “eu sou”, que é invariável, é Atma. Este Ser é a causa de tudo. O conhecimento do Ser nega, neutraliza a ignorância sobre quem sou.

Quando você vê esta flor, sua mente assume o vritti da flor. Aí, você reconhece: “estou vendo a flor”. Se a flor estiver distante, você não sente o cheiro, mas pode ter uma lembrança dos cheiros de rosas que você já sentiu anteriormente. Assim, este objeto externo, constrói um vritti no seu pensamento. Ele se torna o objeto do seu pensamento. Você conclui, então: “isto é uma flor”.

Atma não é, como já dissemos, um objeto. Não obstante, a ignorância sobre Atma precisa ser, mesmo assim, removida. Expondo-nos ao ensinamento, que é o meio de conhecimento, temos a revelação direta de Atma. Não há nada no mundo que eu possa apontar como satyam, que não seja este Atma. As conclusões que eu possa tirar sobre quem eu sou, como agente ou desfrutador das ações, karta ou bhokta, são papéis superimpostos a Atma. O conhecimento de Atma como satchitananda remove essa eventual confusão, que é a causa do sofrimento.

Dizer “eu conheço Atma” é uma força de expressão. Negando aquilo que eu não sou, a identificação com o papel do karta ou o do bhokta, a ignorância se esvai junto com essa identificação. Isso não envolve novas ações. Dar-se conta não é uma ação. O trabalho do professor é mostrar isso ao estudante. Este não é conhecimento banal. Portanto, eu não me vejo mais como um pramata, um conhecedor, nem sou um objeto que precisa ser conhecido. Me vejo como satchitananda. Ponto."


Fonte: http://www.yoga.pro.br/artigos/934/3019/felicidade-conhecimento-liberdade

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Se a paz não começar em mim - (Monja Coen)

PAX -


PAZ - PACE - PEACE - PAIX - PACO - PAU - PÎ-A-GUAPÎ - POKÓJ - PAQE

SHALOM - SALAM - SHANTI

HEIWA

FRIEDE - FRED -

VREDE -

BÉKE - BAKE -

DAMAI - DIRLIK -

RAUHA -

TAIKA -

MIER - MIR



Se a paz não começar em mim, não começará.

Se eu levantar a bandeira da paz em desafio, não será paz.

É preciso erguer as bandeiras brancas com o coração de harmonia, respeito, compaixão.





Se nosso estado é de rancor, de vingança, de demonstrar nossa força, não terá a força de transformar violência em paz ativa.



Vamos caminhar silenciosos e amorosos.

Vamos nos encontrar e nos cumprimentar na certeza de que todos compartilhamos da mesma casa comum.

É uma casa tão grande, de vidas tão diferentes. É como é. Este ser é inter ser e é transformação. Nada fixo. Podemos direcionar o caminho da mudança.

Vamos nos respeitar nas nossas diferenças. Sem exigir que nos tornemos iguais, que pensemos da mesma forma, que tenhamos a mesma religião e a mesma cultura.

Unidos estamos pelo ar, pelo céu, pela terra, pela vida e pela morte, pelo sonho, a utopia que se realiza quando corações e mentes se unem no Caminho da Verdade.

Vamos nos respeitar nas diferenças de cor de pele, de culturas, de gêneros, de alegrias, de tristezas, de curas e de doenças.

Caminhemos juntos, pois é inevitável.

Juntos estamos. Juntos somos no cosmos. Intersomos, numa rede fantástica de interconexões. Interdependência de instantes que jamais se repetem. Jamais.

Façamos deste o momento sagrado. Deste local o solo, o céu, o ar, as águas e a vida abençoada. Basta mudarmos só um pouquinho. Da ganância, da raiva e da ignorância criamos o compartilhar, o compreender, o saber superior iluminado da verdade.



Se tudo que começa termina, como terminará a época das guerras, das injustiças, das fomes, das doenças, das tristezas, das discriminações, dos excluídos, afastados, nefasta destruição da natureza?



Terminará com uma mudança de consciência do ser humano, com o desenvolvimento das capacidades de sentir o outro como o eu, o eu como o outro. Terminará quando retornarmos ao verdadeiro e resgatarmos a percepção de que somos um só corpo vivo e que da nossa cooperação amistosa, justa, todos poderão viver plena e dignamente.



Quantas mais pessoas descobrirem, e colocarem em prática, soluções de não violência ativa para conflitos, mais nos acercaremos da justiça social, do compartilhar da vida, da cura da Terra, da inclusão social, da preservação da natureza, do respeito à nossa casa comum, na celebração da vida.



Pouco a pouco, dando tempo ao tempo, vamos nos reunindo, na grande tenda global. Não da globalização licenciosa, que se aproveita para ludibriar, excluir e explorar. Não. A força global que nos une, a energia que perpassa tudo que existe, permeia o globo terrestre e universalmente a existência. Natureza-Buda.



Das forças a mais forte de todas. Energia vital. Amor universal.

Compaixão. Com - Paixão. Compartilhar a dor e o amor.

Apaixonados pelo bem das multidões de formas de vida e criações.

Apaixonados pela ação interativa de unir e não de separar.



Sinto a dor da fome das crianças da África e das crianças das periferias das cidades grandes de todo o mundo.

Sinto a tristeza dos que sobrevivem aos ataques mortíferos de armas de guerra e de desunião entre os povos.

Sinto o desespero da mãe solapada com pedaços de seu filho no colo.

Sinto a angústia do soldado correndo, matando e morrendo, ao obedecer ordens. Sinto coragem, sossego e loucura através das drogas que me permitem continuar o combate.

Sinto o pesar das noites de insônia dos líderes tolos, perdidos em somas, em números e cores, incapazes de abrir seus corações amorosos.

Sinto a desesperança dos que são maltratados em longas filas hospitalares, quando lhes permitem entrar em fila, quando já não chegam mutilados de corpo e mente nos hospitais lotados e atarefados.

Sinto o cansaço e o temor das impossibilidades de mudança.

Sinto a tristeza e o rancor. Sinto a violência se desencadeando em meu peito que é o seu. Sem conseguir refreá-la me entrego a facas e balas. Se não morrer no asfalto, na terra, boca cheia de formigas, morro nas prisões do mundo, atado pelos desejos insaciados, que não são apenas meus.

Sinto a dificuldade dos juízes em dar o parecer justo e o desespero do inocente que é culpado de ser pobre, de ser gente que não tem quem o defende.

Sinto todas as dores e me comovo de pronto Movendo junto a dor.

Mas também:

Sinto o prazer dos frutos adocicados nas bocas das crianças saudáveis do mundo.

Sinto a alegria do fim das guerras e da união dos povos.

Sinto a esperança da mãe na cura de doenças terminais.

Sinto a força de vontade dos jovens vencendo a dependência às drogas e se negando a matar

Sinto o sono tranqüilo de líderes corretos, cuidando das pessoas e de seu bem estar.

Sinto a eficácia de sistemas de saúde pública e particular, onde o mais importante é a vida.

Sinto a grande esperança nas possibilidades de mudança.

Sinto a ternura de um gesto, um olhar de compreensão nas alegrias de desarmar-se e manter as mãos abertas.

Sinto o prazer em aprender. Aprendo a ficar satisfeita.

Sinto a justiça dos seres corretos, onde o culpado não é apedrejado nem morto, mas posto a convívio que purifica, que arrepende e que modifica para o bem.

Sinto o contentamento de ser, intersendo.

Sinto da vida todas as alegrias e com os rios fluindo, fluo e me rio.



Não há um inimigo. Não se iludam, não há.

Nenhum país.

Nenhuma pessoa.

Seria tão fácil, tão simples dizer foi ela, foi ele.

Tão cômodo poder apontar para fora e gritar: assassino, corrupto, ladrão..

Escapando das suas responsabilidades de habitante grupal.

Não se iluda dizendo ser bom e o outro mau.

Perceba que somos o bem e o mal; a luz e a sombra em todo seu potencial.

Fazemos escolhas. Mas estas dependem de tudo com que nos alimentaram, tudo com que nos capacitaram e nós mesmos nos capacitamos. Até nisso, veja bem, somos todos responsáveis.

Se o Presidente Bush ameaça e se prepara para um ataque fatal, apoiado por mais de 60% das pessoas de sua terra natal é porque não lhe ensinaram soluções de paz ativa. Qual foi a educação que teve, que soluções lhe ensinaram? Quem o assessora agora? Por que e como o elegeram? Tudo isso tem a ver. Nada está isolado. Ao invés de o odiar, de ao seu país querer mal, precisamos é nos unir no pensamento e na ação de amar e compreender, de vivenciar a compaixão.

Isto não quer dizer que não devemos fazer nada. Muito pelo contrário. Só que a mudança que falo, mas poderosa que guerras, que revoluções internas e externas é a mudança do coração.

Quando percebi do que é capaz, um ser humano que compreende e se transforma em agente da paz, pensei que era revolucionário demais.

Agora sigo o caminho e sempre me perguntando: como é que posso fazer para conduzir o maior número de seres à Iluminação, à Verdade e á Vida em comunidade?



Está na hora do despertar da humanidade.

Bom dia!



Que haja discernimento correto na opção da vida

.

Que conheçamos os três venenos temíveis a serem evitados: a ganância, a raiva e a ignorância, nos seus disfarces mais variados.

A maioria de nós demora a perceber o próprio envenenamento.

Devem ser apiedadas, orientadas e não apedrejadas.



Não queimem bandeiras.

Não joguem pedras.

Não gritem insultos.

Não condenem pessoas, mas situações.

Podemos juntos transformar a maneira de ser dos habitantes da Terra.

Com isso modificaremos o habitat.

Faremos daqui o local, não da espera, mas do chegar.

Onde se fica bem.

Onde a vida cuida com cuidado uns dos outros.

No afago ao recém nascido

A benção da esperança.

Tudo será diferente,

Pois tudo que queremos aqui mesmo se alcança.



Oremos e meditemos, junto a muito trabalho,

Construindo e aprendendo uma nova maneira de ser.

Um outro mundo possível onde a cultura é da paz..

Aprendendo a cada instante

A ser mais livre e melhor.

Não aquela liberdade anárquica e saltitante

Que não considera o todo e pensa só na sua estante.

Como livros bem guardados e amarelados, comidos por traça e cupim.

Nossos pensamentos lacrados se fecham.

Congelados, desgastados, poluídos, maculados.

Sem se manifestar

A verdade mais profunda fica esquecida, deixada.

O falso vai num crescendo

Crescendo.

Seu som engolfa o mundo.

Todos pensam que é o fim, que tudo está tão errado, que não se pode mudar.

Errado. Pausa.

Volte seu olhar para dentro.Examine com cuidado. Perceba o elo sagrado.

Seja ele com Senhor Buda, Ramsés. Íris, Profeta Mohamed, Jesus, Deus, Orixás, divindades, espíritos encarnados e desencarnados.

Este elo nos une e não nos separa.

Há quem diga que as religiões criam guerras.

Se forem verdadeiras não as criarão. Ao contrário, criarão soluções de não violência e respeito, de amor ao que é de direito.

Vamos nos unir criando com nossas vidas uma rede de bem. Que cubra toda a terra.

Vamos criar essa teia de percepção verdadeira. Relembrar.

Relembrar o verdadeiro.

Estamos todos ligados. Interconectados.

Corpo e mente não são dois.

Imagem, reflexo e semelhança.

Vista a camisa da Cultura de Paz.

Substitua Guevara por Gandhi.

Re aprenda a querer bem, a mudar, sem ter de matar ou morrer.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Trecho de Despertando para o ponto zero ("Awakening to zero point”) - (Gregg Braden)

"Gregg Braden, desenhista de sistemas de computação aeroespaciais e geólogo chefe da Phillips Petroleum é um cientista conhecido hoje por unir o mundo da ciência e o mundo espiritual.


Vale a pena ler o que ele diz! Se você viu o documentário (DVD) de Louise Hay chamado “Você pode curar sua vida”, ele está lá também dando seus depoimentos maravilhosos.


Você sabe que hoje a ciência já provou através da física quântica que somos energia e que estamos todos conectados através de nossa vibração?

Deus é puro amor, é energia e por ser energia, não morre, não desaparece, é imortal, está em todos os lugares. E como somos a imagem e semelhança de Deus, sabemos que somos energia e hoje podemos provar isso. Somos seres espirituais e não seres feitos de matéria.

Durante muito tempo achava-se que a menor partícula de uma célula, o átomo, era feito de matéria. Depois descobriram que na verdade a maior parte de um átomo é vácuo, então pensava-se que o núcleo, que é muito pequeno, fosse material. Essa idéia caiu por terra quando através do uso de microscópios eletrônicos muito potentes, verificou-se que o núcleo de um átomo é apenas energia condensada, não é matéria.

Mas se tudo que existe no mundo “material” é feito de um conjunto de células, estas são feitas de átomos e se um átomo de qualquer coisa não é material, então no nível microscópico, nada é material, tudo é vibração, tudo é feito de energia condensada.

Vivemos em um universo de vibração e nossos corpos são feitos a partir da vibração da energia que emanamos constantemente. O que você pensa sobre seu corpo e sua saúde?

Apesar de pouco conhecida ainda, a descoberta do Grande Código Isaias nas cavernas do Mar Morto em 1946 revelou as chaves sobre nosso papel na criação. Entre essas chaves encontram-se as instruções de um modelo “perdido” de oração, que a ciência quântica moderna sugere que tenha o poder de curar nossos corpos, trazer paz duradoura ao nosso mundo e talvez prevenir as grandes tragédias que poderiam assolar a humanidade. Com as palavras de seu tempo, os essênios nos lembram que toda oração já foi atendida por Deus.

Qualquer resultado que possamos imaginar e cada possibilidade que sejamos capazes de conceber, é um aspecto da criação que já foi criado e existe no presente como um estado “adormecido” de possibilidade.

A física quântica já foi apelidada de Física das possibilidades por nos dizer que tudo o que imaginamos encontra-se disponível como uma das possibilidades que vamos assimilar em nossas vidas, só deveríamos “atrair” a que desejamos pelo nosso pensamento.


Criar, atrair ou acessar???
A partir dessa perspectiva, nossa oração baseada nos sentimentos deixa de ser “algo por obter” e se converte em “acessar” o resultado desejado, que já está criado no mundo vibracional (quântico, atômico) das infinitas possibilidades. Ou seja, nada é impossível.

Quando temos um desejo sincero, este se torna parte das nossas possibilidades futuras no nível quântico e só precisamos sintoniza-lo.

Então já sabemos que a ciência atual consegue provar através da teoria quântica que pensamento é energia, que toda energia tem uma vibração e que a vibração cria o mundo material, nossos corpos e todo restante ao nosso redor foi e continua sendo criado através das nossas mentes coletivas.

Também sabemos que a luz é uma fonte de energia; então, a que estão conectadas as partículas de luz? Gregg Braden diz que estamos sendo levados a aceitar a possibilidade de que existe um novo campo de energia e que o DNA está se comunicando com os fótons por meio desse campo.


Experimento 1
Nesse experimento foi recolhida uma amostra de leucócitos (glóbulos brancos) de vários doadores. Estas amostras foram colocadas em uma sala com um equipamento de medição das alterações elétricas. Nesse experimento, o doador era colocado em outra sala e submetido a estímulos emocionais provocados por vídeos que lhe causavam emoções. O DNA era colocado em um lugar diferente do doador, mas no mesmo prédio. O doador e seu DNA eram monitorados e quando o doador mostrava alterações emocionais (medidas em ondas elétricas), o DNA, visualizado através de microscópios muito potentes, expressava respostas idênticas e simultâneas. Os altos e baixos do DNA coincidiam exatamente com os altos e baixos do doador. O objetivo era saber a que distância poderiam estar separados o doador e seu DNA para que o efeito continuasse a ser observado. Pararam de fazer as provas quando chegaram a uma distancia de mais de 80 km entre o DNA e seu doador e continuaram obtendo o mesmo resultado, sem diferença e sem atraso de transmissão. O DNA e o doador tiveram as mesmas respostas ao mesmo tempo. Mas o que isso significa?

Gregg Braden diz que isso significa que as células vivas se reconhecem através de uma forma de energia não reconhecida com antecipação. Essa energia não é afetada nem pela distância e nem pelo tempo. Não é uma forma de energia localizada, mas uma energia que existe em todas as partes e todo o tempo.


Experimento 2
Outro experimento foi realizado pelo Instituto Heart Math e nele se observou o DNA da placenta humana (a forma mais antiga de DNA) que foi colocado num recipiente onde podiam ser medidas suas alterações. Foram distribuídas 28 amostras em tubos de ensaio para um mesmo numero de investigadores previamente treinados. Cada investigador foi treinado para gerar e emitir sentimentos e cada um podia ter fortes emoções. O que se descobriu foi que o DNA mudou de forma de acordo com os sentimentos dos investigadores. Quando eles sentiam gratidão, amor, estima, o DNA respondia relaxando e seus filamentos se estirando. O DNA ficou mais longo. Quando os investigadores sentiam raiva, medo ou stress, o DNA respondia se encolhendo. Tornou-se mais curto e muitos códigos se apagaram.

Alguma vez você já se sentiu “carregado” por emoções negativas? Agora sabemos o porquê, uma vez que nossos corpos também são afetados. Os códigos do DNA se conectaram de novo quando os investigadores tiveram sentimentos de amor, alegria, gratidão, harmonia e estima e em muitos casos houve cura física de doenças. Essas alterações emocionais provaram que eram capazes de ir além dos efeitos eletromagnéticos. Os indivíduos treinados para sentir amor profundo, foram capazes de modificar a forma de seu DNA.

Gregg Braden disse que isso ilustra uma nova forma de energia que conecta toda criação. Essa energia parece ser uma rede tecida de forma ajustada e que conecta toda matéria. Essencialmente, podemos influenciar essa rede de criação por meio de nossa vibração.


Questão de vibração ...
Há mais de 30 anos, em 1947, o Dr. Hans Jenny desenvolveu uma nova ciência para investigar a relação entre vibração e forma. Mediante seus estudos o Dr. Jenny demonstrou que a vibração produzia até geometria. Ele produziu uma surpreendente variedade de desenhos geométricos, desde alguns muito complexos até outros bastante simples, em materiais como água, azeite, grafite e enxofre em pó. Cada desenho era a forma visível de uma força invisível.

A importância dessa experiência é que com ela o Dr. Jenny provou, sem espaço para dúvida, que a vibração cria uma forma previsível na substancia onde é projetada. Pensamento, sentimento e emoção são vibrações que criam um transtorno sobre a matéria em que são projetados, por essa razão precisamos tomar cuidado com o que pensamos e sentimos.

Muitas pessoas se exercitam, vão à academia, bebem muita água, comem alimentos saudáveis mas vivem com raiva ou pessimismo, assistem sempre aos noticiários negativos, adoram filmes de guerra, drama e violência, conversam sobre doenças, crise financeira, guerras. Estas pessoas geralmente não entendem porque ficam deprimidas. O alimento que ingerimos é importante, mas as emoções são o alimento da alma e esse alimento (emoções) influencia nossa saúde e nosso destino completamente.

Que tal ser amigo de sua alma? Veja coisas engraçadas, divertidas, alegres, bonitas, românticas, interessantes, instrutivas, espiritualistas, otimistas. Deixe o noticiário de lado, as conversas negativas, os livros e filmes violentos e tristes, pois o que isso agrega de qualidade positiva em sua vida? Nada. Negativamente? Tudo! Seja mais feliz, ame-se e cuide do alimento de sua alma.

A chave para obter um resultado entre os muitos possíveis (assimilar uma das infinitas possibilidades que nos cercam) reside em nossa habilidade para escolher nossas emoções e sentir que nossa escolha já está acontecendo. Ver a oração desse modo, como “sentimento”, nos leva a encontrar a qualidade do pensamento e da emoção que produz esse sentimento. Viver como se o fruto de nossa prece já estivesse a caminho.

Se pensamento, sentimento e emoção não estão alinhados, não há união. Portanto, se cada padrão se move numa direção diferente, o resultado é uma dispersão de energia e o resultado de sua oração não é recebido por você. Se por outro lado, os padrões de nossa oração se centram na união, como pode o “material” da criação não responder à nossa prece?

“Qualquer um que diga a essa montanha: Sai daí e joga-te no mar – não vacilando em seu coração, mas acreditando que acontecerá, assim será” - Marcos 11:23.

A chave para que a oração seja eficaz é a união do pensamento, sentimento e emoção.

Com que rapidez isso ocorre? Diz Gregg Braden que alguns de nossos cientistas estão observando que o magnetismo da Terra está diminuindo drástica e rapidamente. Inclusive já especularam em segredo sobre uma possível alteração dos pólos magnéticos do planeta, prevista justamente para o ano que termina o calendário Maia e as profecias assinalam como o princípio de um novo começo - 2012. A tão famosa Era de Aquário ...

Diz que quanto maior o magnetismo, maior é o tempo para a manifestação no nosso mundo do que pensamos e sentimos. Por conseguinte, quanto menor o magnetismo, menor será o tempo para nos encontrarmos com a manifestação de nossos desejos e então levará menos tempo para nossos desejos se manifestarem. Isso pode ser algo maravilhoso não? Ou então, menos tempo para a manifestação de nossos medos, caso mantenhamos pensamentos negativos. Tudo depende de você. O que você mais pensa?


Conclusão
Vimos que geneticamente nosso DNA muda com as freqüências que produzem nossos sentimentos e como é que as freqüências energéticas mais altas, que são as do amor, impactam o ambiente de uma forma material, produzindo transformações não só em nosso DNA, mas no ambiente que nos cerca. Ou seja, você é muito mais poderoso do que imaginava.

Portanto, quanto mais amor deixarmos fluir por nossos corpos, mais adaptados estaremos para enfrentar o que possa acontecer em nossas vidas. E podemos conduzir todo nosso planeta mediante nossos pensamentos positivos em conjunto, para o melhor futuro possível."





"Awakening to zero point” (Despertando para o ponto zero) - Gregg Braden
http://www.caminhosdeluz.org/A-441.htm

Fonte: http://avidaimpessoal.blogspot.com/2010/09/efeito-isaias.html

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Luz - A Força do Espírito - (Wagner Borges)

Ah, tem coisas que o tempo leva...


Menos o coração da gente,

Que tem muitas histórias para contar.



Encontros e desencontros... E outros encontros.

Tudo é como deve ser.

Cabe ao homem aprender o que é preciso.

Quem é dono da verdade?

Tudo muda, e tudo passa...

Menos a lição que a gente aprende.



Ninguém morre; o espírito é imperecível.

Passa o corpo, fica a experiência.

Ah, a ignorância também passa... Mas fica o entendimento.



Não existe sorte ou azar, tudo é causa e efeito.

Cada um recebe o que dá!

E isso é assim também no infinito...



Sábio é quem perdoa, pois não se liga ao mal.

Quem tem amor, não tem como devolver ódio.

Quem é da Luz, não comunga com as trevas.



Se tudo passa, nada pertence ao homem, nem mesmo o corpo.

Só fica o que o espírito é!

E o que sente em seu coração.



Fazer o mal não compensa; só os tolos caem nessa.

Mesmo assim, tem gente pensando mal dos outros.

E, com isso, deixam as trevas penetrarem em suas mentes.



Ah, tem tanta gente tola no mundo!

Que não valoriza a vida e não sabe amar.

Por isso, andam com o olhar e o coração apagados.



Quem é da Luz, confia na Luz.

E jamais se revolta, pois a raiva não faz morada em seu Ser.

Quem é da Luz, compreende.



Quem é da Luz, ama, mesmo que ninguém entenda.

Isso faz parte do seu Ser. Não tem outro jeito!

E a Luz conhece seus filhos. É gente que ama.



P.S.:

Aos que perseveram nas lides espirituais, mesmo sob a pressão do mundo, um grande AXÉ!



Paz e Luz.



Wagner Borges

Jundiaí, 18 de agosto de 2009.

Fonte: Somos Todos Um - http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=10518

Você, Deus e o amor: Todos Somos UM! - (Thais Accioly)

"Deus teve uma inspiração de amor e foi um bom pensamento divino que se criou, porque então Ele ofereceu ao universo você.


Enviou-o à Terra para ser o amor e a alegria a se materializar, recobriu-o de pó de estrela bem como a tudo ao seu redor, para que você pudesse olhar para si, para a natureza e para seus irmãos e se lembrasse de quem realmente é: Luz Divina.

Ao nascermos na Terra, entretanto, nos deixamos esquecer progressivamente de nossa origem e missão, e vivemos a ilusão de ser algo que não somos: separados uns dos outros. Nos tornamos amedrontados, desconfiados, competitivos, ressentidos, inseguros sobre nossas capacidades, criamos dores e sofrimentos de todas as espécies.

E, no entanto, continuamos sendo luz, todos somos.

Somos a água e os minerais, somos o vento e as montanhas, as árvores e as flores, somos os vaga-lumes e os lobos, as baleias e os campos, o sal e a erva do campo, somos humanos e anjos, somos a Terra e as estrelas, somos o oxigênio que respiramos e o fogo da vida: somos Amor.

Amor que cria, que se materializa para crescer, para evoluir.

Somos em essência gentileza e força que se unem para o bem, para criar o belo e o bom e a energia do amor, acredite, é forte e consistente.

Ela emana de você, através de você, todo o tempo, mesmo que disso você não tenha consciência, mesmo que tema o amor, mesmo que hoje a indiferença ou a raiva sejam sua expressão de dor... É o amor a sua origem, a sua essência, a sua verdade. É o amor com toda sua doçura, autoridade, abundância e gentileza seu verdadeiro Eu.

Todo esse conhecimento está bem dentro de você, e ativar sua memória e mantê-la desperta é o caminho para que o amor guie seus passos, seus pensamentos, suas palavras, suas ações.

Esse é o tempo de despertar para a verdade e você pode pensar que vai dar muito trabalho fazer isso, ou que vai ter que gastar muita energia, mas na realidade manter-se na ilusão tem feito você trabalhar forçado e gastar muito de sua energia construindo seus mecanismos de defesa e os muros que o afastam dos outros e isto vem gerando estresse, depressão, angustias e ansiedade, sem que você se dê conta.

Você pode pensar que está sozinho para fazer isso, mas não está. Deus está em você encorajando-o o tempo todo, apoiando-o, estimulando-o e abençoando-o, Ele está ainda em toda a natureza e em todos à sua volta ajudando-o incessantemente.

Deus também está entre as belas flores do campo que preparadas como essências florais continuam apoiando-o e facilitando o seu processo de se lembrar de quem realmente é, expressando sua bela presença, saindo da ilusão de ser mendigo de Luz para ser a Luz Divina na Terra.

Somos todos um e o amor que você é e expressa mantém sua própria chama Divina criando vida e ela pode tocar e acender os corações gerando paz, esperança e felicidade em seu caminho e nos caminhos do mundo.

E por isso, esses são meus votos para você :

Escolha ser o Amor! Escolha se lembrar...

Todo o meu carinho."

 
 
Fonte: Somos Todos Um - http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=03161

domingo, 5 de setembro de 2010

No Palco da Vida ... - (Paramahansa Yogananda)




“Traga à cena o poder onipotente

que há dentro de você

de modo que no palco da vida

você possa desempenhar o elevado

papel que lhe foi destinado”

Poesia Divina.... - (Paramahansa Yogananda)

"Quando eu sorrio

Em mim Tu sorris.

Quando eu choro

Em mim está o Teu pranto.

Quando eu acordo

É meu Teu bom dia.

Quando eu ando

Caminhas comigo.

Tu sorris e chora

Despertas e andas

Tal qual eu:

Minha imagem és Tu.

Mas...se eu sonho

Tu estas acordado.

Se tropeço, permaneces firme.

E se morro, Tu és minha vida!"



Paramahansa Yogananda - Song of the Soul

sábado, 4 de setembro de 2010

At Last - (Etta James)



At Last
(Etta James)

At last my love has come along
My lonely days are over
And life is like a song

Ohh yeah yeah
At last
the skies above are blue
My heart was wrapped up in clover
The night I looked at you

I found a dream, that I could speak to
A dream that I can call my own
I found a thrill to press my cheek to
A thrill that I have never known

Ohh yeah yeah…
You smile, you smile
oh And then the spell was cast
And here we are in heaven
For you are mine at last

Estado de sonho - (Papaji)

"Quando há dualidade, há o estado de sonho. Quando você vê multiplicidade, você está no estado de sonho. Criador, criatura, céu, inferno, ou qualquer coisa parecida, é estado de sonho. Quando você acorda, nada jamais existiu. Nem deuses, nem criação, nada foi criado. Nem mundo nem nada. No sono profundo nada existe. Nem amigos nem inimigos. Nada. De manhã quando você acorda, instantaneamente aparece o primeiro pensamento: “Eu sou fulano”. Instantaneamente tudo começa.


Tempo e carma aparecem com o primeiro pensamento. Então, pegue esse primeiro pensamento, “Eu sou isso e aquilo”, e descubra de onde ele vem. Quando você o procura, esse pensamento desaparece e você então reconhece quem você é.

Deste pensamento “Eu sou isso e aquilo” dependem todos os outros pensamentos. O cosmos inteiro surge em relação a esse pensamento. Então prenda-se a esse pensamento-eu, o primeiro pensamento. Este eu desaparecerá e o deixará só. Este ego-eu ajudá-lo-á a retornar. Então você saberá que nada jamais existiu."

Tristeza - Qual é o significado da tristeza e como lidar com ela? - (Monja Coen)


Entrevista à Cida Oliveira
Qual é o significado da tristeza e como lidar com ela?



Na tristeza ficamos tristes.
Quando perdemos alguém.
Quando perdemos.
Quando as coisas não são como queríamos que fossem.
Quando as pessoas não são como queríamos que fossem.
Quando o mundo e a realidade não são o que queríamos que fossem.
Quando não somos o que gostaríamos de ser.
Quando não temos o que gostaríamos de ter.

Porém,
se nos lembrarmos
que as coisas são como são
que as pessos são como são
que nós, o mundo e a relidade são o que são
e que podemos apreciar o que temos invés de lamentar o que não temos,
começamos a entrar no mundo da não dualidade.

Se houver sabedoria e compaixão perceberemos que a tristeza, mesmo profunda, é passageira.
Perceberemos que se as coisas, as pessoas, o mundo, a realidade e nós mesmos estamos num processo contínuo de transformação
Então poderemos pensar em nos tornarmos essa transformação que queremos no mundo.
Para que haja menos tristeza, mais alegria, mais compartilhamento e harmonia.

O contentamento com a existência é um dos ensinamentos principais de Buda:

"a pessoa que conhece o contentamento é feliz, mesmo dormindo no chão duro; a pessoa que não conhece o contentamento é infeliz mesmo num palácio celestial."

Então, quando sentimos tristeza, observamos a tristeza.
Como está nossa respiração? Como estão os batimentos cardíacos? Como está a nossa postura? Que pensamentos são esses que me fazem deixar os ombros cair para frente, baixar a cabeça e, quem sabe, chorar?
Como se formam as lágrimas?
E, mesmo em meio a lágrimas, podemos sorrir e perceber que enquanto vivas criaturas temos esta experiência extraordinária e bela de poder ficar triste.
Tristeza que vem.
Tristeza que vai.
E sem se apegar a coisa alguma e sem sentir aversão a coisa alguma descobrimos o verdadeiro sentido da vida.
É assim que trabalhamos a tristeza.
Zazen - sentar-se em zen e observar a si mesma.
Postura correta, alongamento da coluna vertebral, abrir o diafragma e respirar profundamente. Inspiração mais curta, expiração mais longa. Saboreando o ar. Ombros alinhados e retos, postura de Buda.
Ensinamentos de sabedoria nos auxiliam a sair da toca, do casulo de separatividade que falsamente criamos e de nos lembrarmos que sempre há pessoas e situações piores do que a nossa, sempre há pessoas e situações melhores do que a nossa e nunca, nunca, perder a dignidade.
Tristeza boa é da saudade de alguém que logo poderemos rever.
Tristeza ruim é aquela que náo queremos deixar passar. Aquela na qual nos agarramos, pois nos dá uma identidade, nos torna especiais. Especialmente tristes. Comoventes, Vítimas a serem apiedadas e cuidadas. Ah! Quanta carência.

Abandonar a tristeza é abrir as mãos, o coração, a mente para a emoção seguinte.
É lavar o rosto, olhar para a imensidão do céu, da Terra, do mar e perceber a pequenês da nossa vida.

Sem culpa e sem culpar ninguém.

Sinta a tristeza, reconheça, respire a tristeza e a deixe passar.



Mãos em prece
Monja Coen